Indulgências
O que é a indulgência?
É uma graça especial que a Igreja, enquanto administradora dos dons de Cristo, oferece, em certas ocasiões, aos batizados que se encontram num processo penitencial resultante do sacramento da Penitência ou que se dispõem a iniciá-lo. Quando nos confessamos, a graça do perdão absolve-nos da culpa do pecado. Porém, o pecado deixa mazelas na memória e na liberdade de quem o realizou, na vida de quem foi afetado por esse pecado e na própria natureza criada. Portanto, é necessário embarcar num caminho espiritual de cura dessas mazelas que representam o fechamento à graça, isto é a pena temporal. Para a sua remissão, a confissão propõe um caminho penitencial de regresso à abertura interior. De modo mais intenso, pela indulgência plenária, a remissão dessa pena é como que sacramentalmente realizada no coração do crente mediante: a peregrinação a uma igreja jubilar; a confissão dos pecados no sacramento reconciliação; a recepção da Eucaristia; uma oração pelas intenções do Papa.
Para explicar o que é a indulgência recorre-se ao exemplo do furo na parede e do prego que o provocou. O prego é o pecado que, uma vez confessado e perdoado através do sacramento da Reconciliação, “deixa de existir”. Mas permanece o efeito do mal cometido, o furo, que a indulgência, por assim dizer, fecha.
Em resumo: a absolvição no sacramento perdoa os pecados, enquanto a indulgência suprime a pena temporal restante causada pelas consequências do pecado, podendo ser aplicada em sufrágio pelas almas do purgatório.
A indulgência é a total ou parcial remissão, isto é, o cancelamento, da pena temporal devida pelos pecados já confessados e perdoados no sacramento da Reconciliação (também chamado de Penitência, e comummente conhecido por confissão). O Código de Direito Canónico explica que «a indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta em parte ou no todo da pena temporal devida pelos pecados» (cân. 993).
A indulgência é uma graça complementar ao Perdão Sacramental, remindo as consequências dos pecados. Para alcançar a indulgência própria do Jubileu é preciso cumprir algumas condições: visitar a igreja, participar na Eucaristia, rezar por intenção do Papa, receber o sacramento da Penitência. Todo o fiel, tendo cumprido as condições exigidas, pode gozar para si próprio ou oferecer por entes falecidos essas indulgências.
“Todo o meu empenho é sempre, em todas as coisas, conhecer o mais claramente possível e seguir a vontade de Deus, e isto de forma perfeita”
Por: Beato Carlos
Para que serve?
A indulgência está intimamente ligada ao sacramento da Penitência, que é sacramento de cura, sem o qual não se compreende. Diz especificamente respeito à remissão da chamada “pena temporal” que decorre da absolvição do pecado.
Quando nos confessamos, a graça do perdão absolve-nos da culpa do pecado cometido.
Contudo, além da culpa, que diz respeito ao mau uso dado à liberdade, o pecado deixa marcas negativas em quem o realizou, nos outros e na criação, feridas graves que determinam o futuro. Correspondendo livremente à graça do perdão recebido, é necessário percorrer um caminho penitencial, custoso e lento, de trabalho sobre essas marcas negativas. Se o pecado foi perdoado, as suas marcas na memória, na vontade, na inteligência, nas atitudes, nas relações permanecem e precisam de ser trabalhadas para que o “homem novo”, de que fala São Paulo, possa ser reativado e ganhar forma na vida concreta. É esta a “pena temporal”.
De forma penitencial, o batizado que se reconhece perdoado deve, agora, corresponder à graça do perdão, empenhando a sua liberdade para que se realize nele uma conversão profunda e existencialmente eficaz. É este trabalho sobre a própria identidade que a “penitência” recebida no final do rito do sacramento inicia.
Como posso receber a indulgência?
- Com espírito de oração e conversão é necessário peregrinar ao túmulo do Beato Carlos d’Áustria na igreja de Nossa Senhora do Monte. É necessário aceder ao sacramento da reconciliação, comungar na eucaristia e rezar pelas intenções do santo padre.
» Rezar pelas intenções do santo padre, o Papa Francisco:
- MARÇO 2022: Pela resposta cristã aos desafios da bioética
- ABRIL 2022: Pelos profissionais de saúde
- MAIO 2022: Pela fé dos jovens
- JUNHO 2022: Pelas famílias
- JULHO 2022: Pelos idosos
- AGOSTO 2022: Pelos pequenos e médios empreendedores
- SETEMBRO 2022: Pela abolição da pena de morte
- OUTUBRO 2022: Por uma Igreja aberta a todos
Para mais informações sobre as intenções do Papa Francisco consultar esta página

Quando posso receber a indulgência?
Entre 24 Março e 21 Outubro 2022.
A Igreja ainda continua com esta prática da indulgência?
Esta é uma prática muito antiga na tradição da Igreja e sujeita a muitas incompreensões e abusos ao longo da história, mas que se mantém atual na vida da Igreja. Quando por volta do século XI se começa a desenvolver esta prática, compreendida como remissão das “consequências temporais” do pecado, estava em causa a passagem histórica de uma forma de remissão de pecado que pressupunha que as consequências do pecado já tinham sido eliminadas. Isto significa que depois de confessado o pecado era ainda necessário lidar com as suas consequências práticas que derivaram do mal cometido.
Esta prática espiritual ajuda-nos a ter consciência de que o facto de nos termos arrependido do mal que fizemos não elimina as suas consequências. Assim, a indulgência está associada a momentos particulares em que procuramos conscientemente a Deus: uma peregrinação a um santuário ou a uma igreja particular, pode ser sinal de querer efetivamente aderir à vida nova em Cristo e que, por isso, acreditamos que estes gestos ajudam a mitigar as consequências do pecado que cometemos e do qual já nos arrependemos e já fomos perdoados.